Fugiu de mim uma andorinha.
Sacudiu as asas e voou.
Não acenou
nem sequer para trás olhou.
Não lhe conheço o destino
mas imagino
que outras primaveras há-de procurar.
Sempre me disseste que foi o ninho do meu peito
que a chamou
e fez ficar.
E ficou. Mas o vento de verão tem hálito incendiário
e quando sopra decidido
deixa um rasto de chamas tão densas
que nenhum orvalho consegue extinguir.
Talvez seja por isso que ela decidiu partir.
Antes que cada erva macia do ninho se fizesse espinho
e com delicado prazer
se espetasse na sua carne a estremecer
a ave frágil da primavera
desfez o ninho seco e moribundo e
sem acordar o peito onde tantas noites dormiu
sacudiu as asas e fugiu.
Agora sangra o coração que já foi ninho a esperar uma outra primavera.
ResponderEliminarBeijo.
Poesia que tem muito sentimento, se assemelha posso dizê-lo à minha, talvez por isso me deu tanto prazer senti-la.
ResponderEliminarbjs
Da esperança do regresso se faz a paciência do dia-a-dia.
ResponderEliminarmuito bom o poema.
ResponderEliminarum beij
Sempre regressam
ResponderEliminarao cais