29/06/2012

ÍNFIMO ESPAÇO
É pesado o silêncio que se acumula
nos ombros
e triste
a ténue lamúria
da cidade zangada.
Chega-me aos ouvidos uma melodia
chorada e
embrulhada em
horas mortas e lençóis molhados
de suor e de ausência recente
nascida de um corpo dormente
que vagueia
e se reinventa
num qualquer recanto de sombra
desde que haja espaço
[um ínfimo espaço de terra húmida e fértil]
e uma rajada de vento frio
que acorde as pétalas adormecidas
e ressuscite os passos e as vozes
e devolva o sangue à multidão.


3 comentários:

  1. Um post que nã pode passar sem um comemtário!

    Lindo, mesmo:)

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  2. Já li umas quatro ou cinco vezes, e ainda não sei se raspei sequer o que queres dizer...

    O que eu entendi foi a tua expressão de como as pessoas são menos humanas (pelo menos na cidade) sem sangue, sem vida, distantes umas das outras, preocupadas em reinventar-se sem realmente se transformarem em algo melhor e... vivo?

    Bom... mas realmente, é bonito demais para passar sem comentar

    Bravo!

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  3. "o sangue na multidão" - nenhuma foto poderia ser mais perfeita na busca do sentido real para além da metáfora.

    beijinho!

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