14/07/2012


SABERÁS
Sabes do amor
apenas a ínfima parte  
que dele inspiras
pequenas gotículas que sorves de um trago
e que nem ao centro de ti
conseguem chegar
porque o deserto do corpo só
logo as absorve com sofreguidão
voltando a sede
num arfar sofrido.
É preciso bebê-lo devagar
deixá-lo escorrer pela garganta
e escolher os cantos que quer saciar
os poros vazios que quer inundar.
E quando de dentro de ti
transborde pelos olhos
o lago em que o teu corpo se afogou
e quando te nascerem flores na ponta dos dedos
saberás
enfim
do amor
e dele poderás inspirar
a sua parte fundamental.

LenaCor

5 comentários:

  1. até nascerem flores nos dedos parece que há raízes

    a maior parte seca por escassez de nutrientes no solo

    eheh

    gostei

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  2. Muito bonito.

    Claro que podes usar as fotografias.

    Um beijo

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  3. Há muito tempo que acompanho o blogue do José Manuel Vilhena - http://ruinologias.blogspot.pt/ - pelas fotografias e pelos textos. Dá uma "olhadeleitura". Julgo que vais gostar. A última publicação "longe do mar, o mar" tem pequenos textos, alguns de grande beleza.

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  4. O poema é excelente! Transborda de sensibilidade.

    Beijo e bom Sábado

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  5. Ou dele se empanturrar em enorme festim.
    Pleno de sensibilidade.

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