20/07/2012

DEPOIS
Dói em mim
uma ousadia com cabelos de saudade
despenteados e húmidos
colados à pele
pelo sal
que da pele sai num rio de sorrisos e
de silêncio
ávido de um mar maior e ainda mais salgado
procurado num areal macio e morno
onde se escondem as mãos trémulas que enterram
tesouros de palavras murmuradas
e uma melodia sussurrada pelo fio de voz que resta
e que arrisca
rasgar as cortinas
e abrir a janela
depois do amor
antes da dor.

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