08/02/2012


ESPERA
Tinha nos olhos o cansaço da demora e a boca fechada por ter esquecido todas as palavras que sabia.
Debruçada no parapeito da janela entreaberta, esperou. O dia fez-se noite e a noite novamente dia.
Uma rajada de vento escancarou a janela. Passos apressados na rua.
Arranjou o cabelo, pintou de alegria os olhos cansados e ensaiou ao espelho uma única palavra. 
Saudade.
Amedeo Modigliani

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