18/02/2012

ESPERA
Não fosse o fato de banho vermelho, dir-se-ia que fazia parte do cenário... mais uma rocha sem forma, no meio de tantas outras. 
Há horas que não se mexia. Os olhos fechados, o corpo enrolado, a cabeça pousada. Apenas o cabelo traía a imobilidade, dançando o ritmo imposto pela ventania infernal.
Em baixo, o mar. Em cima, o céu. Ao longe, de novo o mar.
Não fosse o fato de banho vermelho, dir-se-ia que esperava.
Mas ninguém espera em cima de uma rocha... principalmente dentro de um fato de banho vermelho, numa manhã de ventania infernal.


Paola Zakimi

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