INVENÇÃO
Sei que é minha
porque todos os dias
a sinto misturar-se no sangue
e com ele
seguir o emaranhado de veias
que me preenche o corpo
e me mantém viva.
Sei que é minha
mas não a conheço
apenas lhe reconheço
a inquietação
em que me afoga.
Já a procurei em todos os livros que conheço
nas conversas que alimento
e nas outras que imagino
nos pensamentos
e até naquele instante vazio
que antecede o adormecer.
Preciso de a encontrar
de a materializar
é minha
mas não lhe sei a forma
não lhe conheço o contorno
ignoro a sua melodia
só sei que deve cheirar bem
porque todas as palavras doces
cheiram bem.
Se não a consigo descobrir
tenho de a inventar
escolher as letras exactas
conjugá-las entre si
e depois abrir os olhos.
Se o olhar arder
e a pele escaldar
e o peito serenar
então
é porque a descobri, enfim
a palavra única para dizer
saudade
mar
paixão
mel
e história de encantar
a única palavra
que é só minha
e que vou escrever devagar
desenhando cada letra com o dedo
na página em branco das
tuas costas quentes e suadas.
Hummm
ResponderEliminargosto da tua poesia
(mas eu gosto de poesia, não fiques já demasiado contente eheheh)
mas gosto, é fluída, parece rápida - imprimida no momento, escrita com a sensação, sem pensar muito - com o que se quer lá dento, mesmo que à primeira não pareça fazer sentido
mas faz
continua, vou-te lendo de quando em vez, quando calhar
eheh
abraços ^^
que bonito é vir cá ler-te...
ResponderEliminarParabéns pelo talento poético que as tuas palavras revelam.
ResponderEliminarVou ler mais, Maria João...
Beijo.
Belíssima escrita. Parabéns. :)
ResponderEliminarBeijinhos