Disse-me que estava a ser perseguido. Perguntei-lhe por quem. Respondeu-me que era perseguido por toda a gente. Fingi que acreditava e perguntei-lhe o motivo de tal perseguição. Disse que não sabia. Questionei qual seria a finalidade de tudo aquilo. Respondeu que não havia qualquer finalidade, era apenas assim.
Deixei de ter perguntas para fazer. Adivinhou o meu vazio e disse-me, em tom tranquilizador, que nem todos os perseguidores eram uma ameaça. Perguntei-lhe como conseguia distinguir uns e outros. Respondeu-me que uns olhavam através de si e que outros olhavam para si. Ficou em silêncio, à espera da minha conclusão. Percebi a lógica, mas duvido sempre do óbvio.
Disse-lhe que ia pensar no assunto.
Yuri Annenkov
Reflectir é sempre bom.
ResponderEliminarBoa escolha de imagens.
Abraço. Isabel