07/02/2012


NAVE ESPACIAL
Pegou nos trastes velhos que tinha na arrecadação... serrou, partiu, colou, soldou, atou, limou, pintou... e acreditou. Já de madrugada, arrastou-a para o quintal. Olhou-a com carinho e orgulho. Meteu-se lá dentro, fez-se forte e corajoso e remou pelos céu. Via-a ao longe, brilhante e sorridente, com a sedução no olhar e a tranquilidade no sorriso. Disse baixinho – estou quase a chegar! – e, com a força que só  o sonho pode dar, remou até ela de um só fôlego, com a determinação de quem está certo que aquela seria a última noite de lua cheia.


2 comentários:

  1. Caríssimo

    Obrigado pela sua visita ao meu blogue e pelo comentário. Que tenha energia e imaginação para continuar a dar corpo a este seu projecto. Força!

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  2. e se quando ele lá chegou, "levado pelo sonho", a lua já se tinha tornado inesperadamente nova? sem o brilho, a luz e o carinho que nos ilumina de sonhos aquelas noites. e, já agora, sem aquelas sombras que todas as luas cheias têm que lhes dão ar de coisa viva, com expressão.
    disseram-me que as luas deixam de ser cheias não por causa dos movimentos planetários mas porque se esvaziam de sonhos e apagam a luz de fora, iluminando-se apenas a si. eu cá para mim, faço por não acreditar.

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