30/04/2012

SER
Se um dia te disserem que ser é fácil, acho melhor que duvides. Pelo menos, não acredites de imediato. Dá a ti próprio um tempo de reserva e de reflexão, antes de acreditares. Estou convencida que se o fizeres, rapidamente vais perceber que ser não é fácil.
Queres que te explique?
Muito bem, vou tentar.
Existir não é sinónimo de ser.
Uma pedra existe mas não é. O meu carro existe mas não é. As tuas mãos existem, mas não são.
Existir é ter forma, corpo, matéria… é ter um carácter observável, palpável, acessível aos sentidos, mesmo que apenas num plano de representação mental.
Ser pressupõe um existir que se mistura com outras existências… existências que se encontram, que se tocam e que se sentem (des)harmoniosamente.
Há uma grande distância entre aquilo que existe e aquilo que é… não sendo nada fácil tornar em ser aquilo que apenas existe, ainda que para ser seja imprescindível existir.
Percebes agora porque digo que ser é extraordinariamente mais difícil do que existir?
A paixão não é, existe. Mas eu sou. E tu também.


1 comentário:

  1. Quanta verdade!
    Porque viver não é nada igual a existir.
    Gostei daquele texto sobre o cheirar a molhado.
    Fez-me voltar a Moçambique. Esse tal cheiro, tão intenso.
    Dia feliz.
    Isabel

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