PRIMAVERA
Sentindo um cansaço imenso pelo interminável inverno gélido,
decidiu sentar-se um pouco.
O banco vermelho adivinhou-lhe a vontade e arrastou-se até
si.
Ela fez-se o mais flexível possível, ondulou o tronco seco e
deixou-se escorregar suavemente.
Ele fez-se o mais macio possível e as suas traves desbotadas
acolheram-na com ternura.
Ela sentia-se constrangida, envergonhada até - uma árvore
não se senta, mantém-se erguida dia após dia, toda a vida.
Ele disse-lhe que tinha estado à espera dela durante todo o
inverno.
Falaram de primavera. De chuva, sol e relva. De folhas e
flores e de tinta vermelha.
De baloiços, crianças, piqueniques e beijos.
Sarolta Bán
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